segunda-feira, 25 de junho de 2007

Medicamentos clássicos continuam a ser os mais indicados
Novo fármaco para a candidíase


O surgimento no mercado farmacêutico de um novo medicamento para tratamento da candidíase, infecção generalizada provocada por fungos, suscitou a publicação de um editorial no «The New England Journal of Medicine» em que se afirma não haver razões para abandonar as fórmulas clássicas de tratamento como terapia de eleição para a doença.

Um estudo recente assinala a eficácia do novo fármaco, produzido pelo laboratório farmacêutico Vicuron, que entretanto foi comprado pela multinacional Pfizer. Foram observadas 245 pessoas que sofriam de candidíase invasiva. A 127 participantes no estudo foi administrada a nova substância, anidulafungina, e a 118 o tradicional fluconazol (juntamente com a caspofungina, o voriconazol e a anfotericina B, é um dos tratamentos mais comuns para a candidíase). A nova terapia teve sucesso em 75 por cento dos doentes do primeiro grupo, contra apenas 60 por cento dos que foram tratados com o fármaco habitual, sendo que os efeitos secundários das duas substâncias se revelaram similares. De acordo com os autores do estudo divulgado agora, ficou demonstrado que a anidulafungina não é menos eficaz do que o fluconazol, tendo uma garantia de segurança muito semelhante.
Apesar dessa evidência, o «The New England Journal of Medicine» atesta que não há razões para fazer do novo medicamento a terapia de eleição para a candidíase, frisando que as diferenças entre os dois tipos de fármacos não são significativas. O editorial publicado na revista científica recusa abandonar a utilização do fluconazol, devido à sua “segurança, eficácia e baixo custo”, e recorda que as equinocandinas, grupo a que pertence a nova anidulafungina, continuam a ter um custo várias vezes acima do tratamento convencional.
A candidíase invasiva é uma infecção produzida por fungos da espécie Candida, que penetram no sangue e daí se disseminam por todo o organismo. Ocorre muitas vezes em bebés com baixo peso à nascença, em mulheres grávidas e em pessoas com problemas no sistema imunológico ou que por qualquer motivo se submeteram a intensos tratamentos com recurso a antibióticos.

Carla Teixeira
Fonte: El Mundo

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