quinta-feira, 26 de julho de 2007

Estudo português demonstra

Educação influencia saúde coronária

O nível de escolaridade, como indicador do estatuto socio-económico, tem uma influência directa na nossa saúde. A conclusão saiu de um estudo único, em Portugal, realizado na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

Uma equipa de investigadores portugueses - liderada pela epidemiologista Carla Lopes – consegui mostrar, claramente, que “os indivíduos com idades compreendidas entre os 20 e os 45 anos com níveis de escolaridade baixos (4.º ano ou menos) têm um risco 6 vezes maior de sofrerem um enfarte agudo do miocárdio do que as pessoas com mais de 10 anos de frequência escolar.”

Apesar de o número de enfartes do miocárdio tenha vindo a diminuir em Portugal e nos países ocidentais, há dados que indicam que os casos de enfarte em jovens adultos (entre os 20 e os 45 anos) têm aumentado.

De acordo com um comunicado da FMUP - a que o Farmacia.com.pt teve acesso - este foi o ponto de partida: “Para avaliar esta tendência, o Serviço de Higiene e Epidemiologia da FMUP estudou uma população de 350 jovens adultos que sofreram um enfarte e que foram internados num dos hospitais do Grande Porto, e um outro grupo de 750 indivíduos da mesma área geográfica, mas sem episódios de enfarte do miocárdio.”

Segundo a nota daquela instituição de ensino, “os resultados do estudo indicam que, para além da baixa escolaridade, os principais factores de risco para o enfarte do miocárdio nos jovens adultos não diferem dos apontados para populações mais velhas.”

Factores de risco
A FMUP ressalva, no entanto, que existem factores agravantes: “um adulto de meia-idade diabético tem um risco duas vezes superior de ter um enfarte, mas um jovem adulto vê esse risco aumentado 10 vezes, relativamente a um não-diabético. Para além disso, o exercício físico parece não ter um efeito protector tão acentuado nos mais jovens como tem nos mais velhos.”

No que concerne aos restantes factores de risco, são já sobejamente conhecidos: fumar e ser obeso, sobretudo quando a gordura corporal está acumulada na zona abdominal, aumenta em larga medida o perigo de enfarte.

De referir que, a análise dos dados recolhidos durante a investigação não está ainda completamente finalizada. Segundo informa a nota da FMUP, os investigadores seguem agora para a avaliação dos hábitos alimentares da amostra do estudo.

Raquel Pacheco
Fonte: Comunicado da FMUP

Sem comentários: