sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Celebrex pode impedir novo bloqueio das artérias em doentes submetidos a angioplastia

O Celebrex (celecoxib), um medicamento produzido pela Pfizer e indicado no tratamento da osteoartrose ou da artrite reumatóide pode também ser eficaz na prevenção de novos bloqueios das artérias em doentes submetidos a uma angioplastia. A conclusão é avançada por um estudo publicado na revista médica “Lancet”. Porém, a utilização prolongada do fármaco aumenta o risco de ataque cardíaco, advertem os especialistas.

A investigação contou com a participação de 274 pacientes submetidos a uma angioplastia, procedimento que consiste, essencialmente, na introdução de um cateter no interior da artéria no fim do qual existe um balão insuflável. A parte do cateter que contém o balão insuflável é colocada no local do bloqueio que, depois de bem posicionado, é inflado expandindo dentro da artéria obstruída. O balão expandido força a abertura do bloqueio empurrando as paredes das artérias para fora. A artéria permanecerá aberta, pois as paredes foram esticadas e alguns dos depósitos na parede foram quebrados, restaurando o fluxo sanguíneo.

Todos os voluntários estavam a ser medicados com Plavix (Clopidogrel) e aspirina, sendo que um grupo de 136 pessoas tomou também Celebrex antes da cirurgia e, posteriormente, durante um período de seis meses. No final do tratamento os investigadores observaram que o diâmetro interior dos cateteres implantados nos pacientes aos quais foi administrado o Celebrex era mais amplo relativamente aos doentes que apenas ingeriram anti-coagulantes.

“Estes dados sugerem que a utilização complementar [de Celebrex] durante seis meses após a implantação do cateter em pacientes com obstrução da artéria coronária é seguro”, referiram os investigadores. No entanto, uma nota adicional que acompanha a publicação do estudo lembra que os ensaios clínicos sugerem que a utilização prolongada do Celebrex pode expor os pacientes a um risco adicional de sofrer um ataque cardíaco, salientando por isso, que são necessárias mais pesquisas para confirmar a segurança do medicamento.

O celecoxib é um fármaco com uma actividade inibidora selectiva da ciclooxigenase-2 (COX-2), a mesma classe de substâncias na qual se insere o Vioxx (rofecoxib), o anti-inflamatório da Merck retirado do mercado depois de um estudo interno ter demonstrado que após 18 meses de tratamento, a toma do medicamento aumentava o risco de acidentes cardiovasculares.

Apesar das conclusões do estudo elaborado pela equipa de cientistas do Hospital da Universidade Nacional de Seúl serem animadoras, há ainda resultados contraditórios no que toca à segurança da utilização do celebrex. Nesse sentido, a Pfizer vai financiar um estudo de grandes dimensões especificamente traçado para analisar a segurança do fármaco. O ensaio clínico, que envolve a participação de 20 mil pacientes, não deverá estar terminado antes do final de 2010.

Marta Bilro

Fonte: Bloomberg, CNN Money, Setfarma.

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