sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Vírus do Nilo: descoberta variante mais severa

Cientistas identificaram mutação genética e localizaram-na nos EUA

O vírus do Nilo Ocidental “tornou-se mais perigoso e mais apto a colonizar novos territórios.” A conclusão saiu de um estudo divulgado na revista científica «Nature Genetics», onde os autores da investigação afirmam ter identificado a mutação genética que originou as variantes mais graves do vírus.

De acordo com a equipa de investigadores norte-americana que conduziu o estudo, o resultado permitiu concluir que uma mutação similar já se produziu nas últimas epidemias do vírus provocando diversas mortes, incluindo a Europa e Israel.

Segundo avança também a agência AFP, as variantes agora identificadas “são responsáveis por focos de encefalite mortais que foram detectados durante os últimos anos em vários locais, nomeadamente, nos Estados Unidos”, por isso, os cientistas acreditam que o vírus sofreu novas mutações ao atingir o continente americano.

Ao conseguirem reproduzir a mutação T249P no gene que codifica a enzima helicase, os cientistas verificaram que esta é a responsável pela maior virulência do vírus do Nilo Ocidental: "Quando uma cepa pouco virulenta do Quênia se manipulou para conter a mutação do helicase, ficou comprovado que se duplicava mais rapidamente e causava a morte de um corvo americano que tinha sido inoculado com mais rapidez que a do vírus queniano original" explicaram.

Os resultados do estudo revelam que “é possível que vírus como o do Nilo Ocidental se adaptem rapidamente a mudanças do meio ambiente, com consequências imprevisíveis para a saúde humana", sublinhou Aaron Braul, o coordenador da investigação realizada na Universidade da Califórnia (EUA).

O vírus do Nilo Ocidental é comumente conhecido como Febre do Nilo Ocidental, enquanto as formas mais fortes, que são potencialmente mortais, podem receber a denominação de Encefalite ou Meningite do Nilo
Ocidental.

A doença manifesta-se por sintomas de encefalite, tremores e febre alta. Nos casos mais severos, pode provocar o estado de coma e a morte. Na maioria dos casos, a infecção é benigna para o homem na Europa, mas nos Estados Unidos já causou a morte de 177 pessoas neste ano e infectou 4.200.

O vírus disseminado em mosquitos foi identificado, pela primeira vez, em 1937, em Uganda. Segundo o «MedlinePlus», nos EUA foi descoberto no Verão de 1999, em Nova Iorque.

Raquel Pacheco
Fontes: «Nature Genetics»; Agências EFE/AFP

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