sexta-feira, 22 de junho de 2007

40% dos doentes em estado vegetativo são mal diagnosticados

Um estudo belga concluiu que 40 por cento dos pacientes em estado vegetativo persistente são mal diagnosticados, o que significa que embora os médicos não consigam detectar, esses doentes possuem algum estado de consciência. Uma segunda investigação demonstrou que cerca de um quarto dos doentes que chegam ao hospital em estado vegetativo têm hipóteses de recuperar uma boa parte das suas faculdades e metade volta a adquirir algum nível de consciência.

Ambos os estudos, apresentados durante o encontro da Sociedade Neurológica Europeia, que decorreu na Grécia, foram conduzidos pelo Grupo de Ciência do Coma da Universidade de Liége, na Bélgica sob a responsabilidade do médico Steven Laurens. Numa das investigações, os especialistas estudaram mais de 100 pacientes, aos quais tinha sido diagnosticado o “estado vegetativo”, a “consciência mínima” ou que estavam “em condição incerta”.

Os pacientes foram examinados e avaliados de acordo com uma nova escala de recuperação de coma e os resultados demonstraram que 40 por cento dos doentes aos quais foi diagnosticado o estado vegetativo registavam níveis mínimos de consciência. Os investigadores constataram ainda que 10 por cento desses pacientes tinham capacidade para comunicar.

No outro estudo, que envolveu 356 paciente diagnosticados com o estado vegetativo, as conclusões demonstraram que cerca de metade conseguiram recuperar uma parte da consciência, e mais de um quarto dos doentes readquiriu uma boa parte das faculdades mentais, com capacidade para comunicar e obedecer às orientações dos médicos.

O estado vegetativo é uma situação clínica de completa ausência da consciência de si e do ambiente circundante, com ciclos de sono-vigília e preservação completa ou parcial das funções hipotalâmicas e do tronco cerebral”, refere um relatório do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. O paciente em estado vegetativo, embora esteja de olhos aberto, não tem consciência do que se passa à sua volta.

Marta Bilro

Fonte: News Medical, G1 Globo.