sexta-feira, 22 de junho de 2007

Nanoparticulas prometem revolução no tratamento da tuberculose

O Instituto Nacional de Tecnologia do Brasil, em conjunto com a Universidade Federal Fluminense e a Universidade de São Paulo, está a levar a cabo uma investigação que consiste na produção de nanopartículas poliméricas biocompatíveis, capazes de conduzir o fármaco utilizado no tratamento da tuberculose, e libertá-lo nos pulmões de forma controlada e localizada. O objectivo do projecto passa por contribuir para o controle da doença e impedir o abandono frequente do tratamento.

A tuberculose é uma infecção contagiosa, potencialmente mortal, causada por uma bactéria que se encontra no ar, a Mycobacterium tuberculosis,M. bovis ou M. africanum e atinge sobretudo os pulmões. De acordo com o portal Saúde na Internet, morrem mais pessoas de tuberculose, em todo o mundo, do que de qualquer outra doença infecciosa durável. A tuberculose mata aproximadamente dois milhões de pessoas por ano, 98 por cento das quais em países em desenvolvimento, e contagia cerca de 8 milhões anualmente. Um terço da população mundial encontra-se infectado pelo bacilo da tuberculose (bacilo de Koch).

Por sua vez, em Portugal, assiste-se a uma redução acentuada do nível endémico da tuberculose, directamente associada à melhoria dos índices de desempenho do Plano Nacional de Luta Contra a Tuberculose (PNT), com uma evidente redução da prevalência da resistência aos antibióticos específicos. Ainda assim, em relação à União Europeia, Portugal é um dos países com maior incidência de casos notificados e com maior expressão dos aspectos que lhe conferem o carácter de infecção emergente.

Apesar da Parceria Global para Combater a Tuberculose (Global Partnership to Stop TB), lançada pela Organização Mundial da Saúde em 2000, continua a haver pouco investimento em novos métodos terapêuticos para melhorar o tratamento, que actualmente envolve a utilização de, pelo menos, três fármacos (rifampicina, isoniazida e pirazinamida), de acordo com a resposta clínica do paciente. O facto de o tratamento implicar a toma diária de um grande número de comprimidos e cápsulas aumenta a hipótese de esquecimento ou abandono do mesmo.

O estudo realizado pelos investigadores brasileiros envolve a avaliação física e química, avaliação da biocompatibilidade e a avaliação da fagocitose de macrófogos de forma a minimizar os problemas detectados durante o tratamento. As nanopartículas poliméricas são usadas para difusão pulmonar através de aerossóis e têm como objectivo facilitar o tratamento pela veiculação de três tuberculostáticos num único sistema, e aumentar a eficácia dos fármacos com redução de dosagem. O sistema utiliza nanopartículas de poliácido lático e copolímeros de ácido glicólico que contêm rifampicina, isoniazida e pirazinamida. O processo desenvolvido pelos cientistas permite transportar os medicamentos às células saudáveis e infectadas e libertar as substâncias no local, traduzindo-se num tratamento mais pontual, aplicado directamente nos pulmões, minimizando os efeitos secundários dos medicamentos.

Marta Bilro

Fonte: Pravda, Portal da Saúde, Manual Merk.

1 comentário:

Rui Borges disse...

Excelente.

Correção:

curável, em vez de durável.

Láctico, em vez de lático.