sexta-feira, 22 de junho de 2007

Português Tiago Fleming Monteiro participa no estudo
Envelhecimento favorece doença de Parkinson

Um grupo de investigadores da Universidade de Harvard, que incluiu o português Tiago Fleming Outeiro, publica na edição de hoje da revista «Science» um estudo que poderá representar um passo em frente na investigação das causas da doença de Parkinson, contribuindo para a compreensão dos seus mecanismos moleculares e para o desenvolvimento de um futuro medicamento.


Os peritos desenvolveram um composto químico que pela primeira vez revelou, em testes laboratoriais in vitro e em moscas do vinagre, capacidade para travar a morte das células afectadas por aquela enfermidade. O estudo aferiu que a patologia está directamente relacionada com o processo de envelhecimento, o que na opinião dos especialistas poderá acelerar o desenvolvimento de novas soluções terapêuticas. A doença de Parkinson, crónica e neurodegenerativa, afecta a região do cérebro em que se encontram os neurónios, gerando um desequilíbrio do sistema nervoso que afecta os movimentos corporais. Naqueles doentes, dá-se a morte das células que produzem a dopamina, impedindo que o cérebro produza aquela substância, o que acaba por levar ao surgimento dos primeiros sintomas.
Tiago Fleming Monteiro explicou à Agência Lusa que “ainda não existe cura” para o mal de Parkinson, mas os tratamentos e medicamentos adequados “permitem aos doentes viver com a doença e ter uma vida normal”, já que repõem a dopamina que não está a ser produzida normalmente”. No entanto, de acordo com o investigador “a medicação pode deixar de ter o efeito desejado em algumas pessoas ao fim de alguns anos”, sendo por isso essencial apurar “quais os mecanismos celulares e moleculares que levam à morte ou perda dos neurónios”. Ao «Diário de Notícias», o cientista afirmou que o estudo agora publicado “é um passo importante, porque nos permite trabalhar no desenvolvimento de uma droga capaz de atacar as próprias causas da doença”.
A equipa de Harvard descobriu que “existe uma relação estreita entre alguns genes que estão ligados ao envelhecimento e o aparecimento da doença”, e também que “as drogas têm um efeito protector em modelos da doença, ao interferirem nos mecanismos envolvidos no envelhecimento”.

Carla Teixeira
Fonte: Agência Lusa, PortugalDiário, Diário de Notícias, Tiago Fleming Outeiro

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