sexta-feira, 22 de junho de 2007

Apenas um em cada seis centros de saúde portugueses têm desfibrilhadores

O desfibrilhador é um equipamento que pode salvar vidas em caso de paragem cardíaca, mas em Portugal existem apenas 60 aparelhos, referenciados na rede de cuidados primários, o que dá uma média de apenas um para cada seis centros de saúde.

Os dados, disponíveis online, na Carta de Equipamentos da Saúde (CES), mostram que o Algarve é a região do pais com mais desfibrilhadores disponíveis, enquanto que a sub-região de saúde de Lisboa possui apenas um, na unidade da Azambuja.

Vítor Almeida, da Associação Portuguesa de Medicina de Emergência (APME), garante que muitos centros de saúde não dispõem do equipamento, ficando esse aspecto dependente “do investimento de cada sub-região", reconhecendo também que "o Algarve estará bem apetrechado".

A APME tem vindo a alertar para a necessidade de reforçar o socorro pré-hospitalar “em recursos humanos, meios técnicos e formação de pessoal", defendendo a necessidade de existir um desfibrilhador em cada centro de saúde.

Segundo Vítor Almeida, é "muito frequente", ser necessária a intervenção do INEM, em centros de saúde, na assistência a vitimas em paragem cardíaca, ainda que considere que este facto "não é anómalo, porque o pessoal do INEM tem um desempenho mais experiente".

Contudo, na opinião do médico, "todos os médicos deveriam dominar o suporte avançado à vida. E qualquer sítio, onde são administrados remédios ou terapêuticas, onde acorrem doentes em grande número, deveria ter equipamentos de suporte avançado de vida".

No inicio do ano, existiam em Portugal 271 unidades de Serviço de Atendimento Permanente (SAP), mas as recentes reformas na saúde, decretaram o encerramento de 56 destas unidades de saúde.

No entanto, o número de desfibrilhadores existentes na rede de cuidados primários, continua a ser claramente inferior ao número de unidades de saúde que continuarão em funcionamento.

Inês de Matos

Fonte: Diário de Noticias

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