sexta-feira, 22 de junho de 2007

Shire compra fármaco da Renovo por 300 milhões de dólares

A Shire Plc, a terceira maior farmacêutica do Reino Unido, acordou pagar cerca de 300 milhões de dólares pela licença para desenvolver e vender o Juvista, fármaco experimental da Renovo Group Inc., que reduz as cicatrizes cirúrgicas.

A Shire irá pagar inicialmente 75 milhões de dólares e irá gastar 50 milhões de dólares para comprar sete por cento da Renovo. A Renovo poderá ainda receber cerca de 525 milhões dólares em lucros das vendas.

O fármaco, Juvista, poderá ajudar a Shire, no caso desta vir a sofrer uma diminuição das receitas das vendas do Adderall XR, para o tratamento da hiperactividade, se perder a exclusividade da patente em 2009. A Renovo referiu que o Juvista pode gerar uma receita na ordem dos mil milhões de dólares por ano, estimando que o mercado norte-americano pode valer cerca de quatro mil milhões de dólares, devido a sondagens que mostram que 90 por cento dos cirurgiões usariam um tratamento da cicatriz, caso estivesse disponível.

A Renovo irá receber da Shire 25 milhões de dólares, se o Juvista for aprovado nos Estados Unidos e mais 150 milhões de dólares consoante as indicações que forem aprovadas. A Shire irá suportar os custos dos ensaios clínicos para conseguir a aprovação nos Estados Unidos, enquanto a Renovo irá financiar os destinados aos regulamentos da União Europeia.

O CEO da Renovo, Mark Ferguson, referiu que o Juvista, que é baseado numa proteína naturalmente produzida pelo corpo humano que promove a reparação dos tecidos, poderá ser ainda utilizado num campo de aplicações mais abrangentes, desde queimaduras até cirurgias plásticas. A descoberta foi feita através de estudos da observação das propriedades únicas de cicatrização dos embriões de jacarés, que não ficam com cicatrizes, e depois pela sua duplicação num fármaco injectável feito à base da proteína. O fármaco é injectado na cicatriz, fazendo com que a ferida sare e promovendo a regeneração das células.

O fármaco irá entrar na fase mais avançada do desenvolvimento clínico em meados do próximo ano, sendo o pedido de regulamentação esperado, tanto nos Estados Unidos como na Europa, em 2010, podendo vir a ser lançado no mercado em 2011.

Isabel Marques

Fontes: Bloomberg, Times Online

2 comentários:

Rui Borges disse...

Atenção às correções do 2º e 4º parágrafo.

Label refere-se à rotulagem, e às menções que constam nesta.

As indicações que vêm na rotulagem são sempre aprovada pelas autoridades reguladoras.

Isabel disse...

Realmente a tradução da palavra "label" suscitou-me dúvidas, mas como não domino totalmente a linguagem mais técnica e as questões legais, achei que o mais aproximado seria marca. Obrigada pela chamada de atenção e pelo esclarecimento adicional.