terça-feira, 31 de julho de 2007

Frutas e chá combatem a doença hepática mais frequente
Novos tratamentos para o cancro do fígado


O cancro do fígado é a complicação hepática mais grave e frequente do mundo, nomeadamente entre os portadores de cirrose, e pode ser desencadeada por um consumo excessivo de álcool ou de leite. A cura poderá ser também alcançada através do sistema digestivo, segundo um estudo agora divulgado, que aponta as verduras, as frutas e o chá como potenciais elementos curativos, que ao mesmo tempo previnem a incidência de outros tumores.

De acordo com uma investigação desenvolvida por especialistas do Instituto do Frio, com sede em Espanha, o segredo está na quercetina, um antioxidante que está presente nas verduras, nas frutas e em bebidas como o chá, e que pode curar o cancro do fígado, além de prevenir o desenvolvimento de outros tumores, pela indução da morte celular programada da linhagem de células do fígado HepG2. O estudo permitiu concluir que a quercetina inibe a proliferação do cancro e pode até ajudar à sua cura, uma vez que actua sobre as células infectadas, provocando a sua morte. Luis Goya, um dos investigadores envolvidos na pesquisa espanhola, disse que a ingestão diária de cinco ou mais peças de fruta e verduras “pode ajudar a prevenir o cancro”, sendo, no entanto, necessários mais estudos, para assegurar o potencial efeito anticancerígeno daquele antioxidante.
Porque a cada ano que passa são diagnosticados em todo o mundo 1,5 milhões de novos casos de cancro hepático, a complicação mais grave e frequente de entre as muitas doenças do foro oncológico, a atenção da comunidade científica tem dado particular atenção ao desenvolvimento de novas terapêuticas para aquele tipo de doentes. Alguns procedimentos de radiologia intervencionista – quimioembolização e ablação por radiofrequência, por exemplo – constituem uma verdadeira revolução naqueles tratamentos, com excelentes resultados. Assentam em actos médicos minimamente invasivos e menos agressivos para o paciente, e que proporcionam o rápido regresso à vida quotidiana, com uma recuperação mais eficaz.
A técnica de quimioembolização hepática consiste em reduzir o tamanho do tumor, bem como a sua sintomatologia, conseguindo a melhoria da qualidade e o aumento da sobrevida do paciente. Através de uma pequena incisão de dois milímetros na virilha, é introduzido um cateter que transporta uma combinação de medicamentos quimioterápicos diretamente para os vasos hepáticos que nutrem o tumor, a fim de tratar as células cancerígenas. São também injectadas micropartículas, com vista a bloquear as artérias que alimentam a neoplasia. O processo é totalmente realizado com o recurso ao cateter, não provocando dor, já que dentro dos vasos sanguíneos não há terminais sensitivos perceptíveis àquele estímulo.
A ablação por radiofrequência, por seu turno, actua no sentido da destruição do cancro. O método consiste na realização de uma pequena incisão na parede lateral direita da parte superior do abdómen, onde se encontra rapidamente o fígado, para introduzir uma agulha que, ao penetrar no tumor, emite ondas de radiofrequência – um estímulo similar ao do forno microondas – que “fritam” as células infectadas. A agulha é retirada logo que se conclui o tratamento, e o paciente pode ir para casa na esperança de uma rápida e eficaz recuperação. São dois procedimentos que recorrem à mais recente tecnologia e que, de acordo com os especialistas, dão aos doentes uma melhor qualidade de vida e uma maior eficácia na terapia.

Carla Teixeira
Fonte: «Correio da Manhã», SEGS.com.br

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