terça-feira, 31 de julho de 2007

Fumar um charro faz tanto mal como fumar 2,5 a 5 cigarros de uma vez

Estudo neozelandês compara efeitos da 'cannabis' aos do tabaco

Um novo estudo sobre saúde respiratória, realizado na Nova Zelândia e publicado pela revista Thorax, revelou que o acto de fumar um único charro de 'cannabis' provoca efeitos tão nefastos nos pulmões como o consumo de 2,5 a cinco cigarros de uma só vez.

De forma a comparar os efeitos da 'cannabis' com os do tabaco, os investigadores do Instituto de Investigação Médica da Nova Zelândia-Wellington observaram 330 adultos, divididos em quatro grupos: os que fumavam unicamente 'cannabis', os que fumavam só tabaco, os que fumavam ambos e os que não fumavam. Todos os participantes foram submetidos a testes respiratórios e a exames de tomodensitometria aos pulmões, um tipo de scanner de raios x assistido por computador.

"A principal descoberta é que um charro de 'cannabis' é semelhante a 2,5 a 5 cigarros em termos de obstrução respiratória", sublinham os investigadores, explicando que a equivalência é coerente com os níveis de carboxihemoglobina (monóxido de carbono presente na hemoglobina) e de alcatrão, que são três a cinco vezes mais elevados num charro do que num cigarro.

A duração do consumo é também determinante para os danos causados nos pulmões, pois quanto mais longo for o consumo, maior é a probabilidade de os fumadores de 'cannabis' virem a sofrer de pieira, tosse, dificuldades respiratórias e expectoração, para além do mau funcionamento dos brônquios, com obstrução respiratória, associado ao consumo desta substância e que exige um maior esforço aos pulmões.

Por outro lado, o estudo mostrou também que o enfisema, uma doença dos pulmões que pode evoluir para uma insuficiência respiratória crónica, atinge quase exclusivamente os fumadores de tabaco e de tabaco em associação com a 'cannabis'.

Os efeitos do consumo de 'cannabis' estão ligados à maneira como se fuma, filtrado e a temperaturas mais elevadas, com inalações de fumo mais profundas, de forma a retê-lo durante mais tempo, causando graves lesões nos pulmões.

Inês de Matos

Fonte: Lusa

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