terça-feira, 31 de julho de 2007

Variação acentuada de peso da mãe pode colocar bebé em risco

Médicos defendem peso saudável, antes, durante e após gravidez

Um estudo publicado no British Medical Journal (BMJ) sugere que as mulheres que engordam ou emagrecem muito entre uma gravidez e outra podem colocar a vida dos bebés em risco.

Segundo um artigo de dois médicos irlandeses publicado naquele jornal britânico, “ao perder muito peso num curto espaço de tempo - como muitas mães fazem actualmente logo depois de dar à luz -, estarão a prejudicar a saúde do seu próximo bebé.” No entanto, os especialistas advertem, também, que um ganho acentuado de peso, logo depois de ter um filho, também é nocivo para o desenvolvimento de um outro feto.

De acordo com o artigo do BMJ, “partos com o bebé morto, nascimentos prematuros, abortos espontâneos e pressão alta estão entre os possíveis efeitos de uma variação exagerada no corpo da mãe.”

Jennifer Walsh, da divisão de um hospital especializado na saúde da mulher em Dublin, na Irlanda, e Deirdre Murphy, professor de obstetrícia da Universidade de Dublin são os mentores do artigo. Ambos defendem que “as mulheres têm de tentar manter um peso saudável antes, durante e depois da gestação para dar às suas crianças um começo de vida com saúde.”

Os médicos alertaram para o facto de as mulheres (em idade reprodutiva) serem “bombardeadas com mensagens sobre dietas, peso e imagem corporal", sublinhando que “a gravidez é um dos períodos mais exigentes da vida de uma mulher do ponto de vista nutricional e que a oferta adequada de nutrientes é essencial para sustentar o bem-estar e o crescimento do feto.”

Dois estudos
Para sustentar a tese, os especialistas irlandeses citaram dois estudos: o primeiro, feito na Suécia, consistiu em acompanhar mais de 200 mil mulheres, entre 1992 e 2001, a fim de avaliar os impactos de mudanças no índice de massa corpórea (BMI, na sigla em inglês) na saúde da mãe e do bebé. As mulheres que participaram do estudo foram acompanhadas do início da primeira gestação ao início da segunda.

A conclusão foi que o aumento de apenas uma ou duas unidades no BMI acarreta "taxas significativamente maiores" de pre-eclampsia, condição ligada à pressão alta durante a gravidez; aumento nos índices de diabetes entre as mães e maior risco de um bebé nascer com um peso acima do recomendável. Uma pessoa com BMI superior a 25 é considerada "acima do peso"; quem tem mais de 30 já é considerado "obeso".

Um outro estudo, publicado no American Journal of Obstetrics and Gynaecology (Revista Americana de Obstetrícia e Ginecologia), concluiu que mulheres que emagreciam muito entre um filho e outro tinham mais hipóteses de dar à luz prematuramente do que mulheres que aumentaram ou mantiveram seu peso.
A principal mensagem que querem passar, disseram os médicos, é que mulheres de peso médio devem evitar ganhar peso entre uma gravidez e outra.

Raquel Pacheco
Fonte: BMJ

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