DGS admite isolamento de doentes agressivos
Em Portugal, todos os anos, ocorrem quase 90 mil casos de violência contra médicos, enfermeiros e auxiliares de acção médica. Os números são alarmantes e face ao negro cenário, a Direcção-Geral da Saúde (DGS) admite recorrer ao isolamento, internamento compulsivo e à imobilização na cama para administração de medicamentos dos doentes que se revelem violentos e agressivos contra os profissionais de saúde.
A medida pode ser aplicada nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), noutras instituições de prestação de cuidados de saúde com internamento e/ou Serviço de Urgência e nas unidades pertencentes à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Esta é, aliás, uma forma de controlo dos doentes agressivos que está prevista nas normas da circular da DGS, estando toda a informação disponível no site da instituição.
De acordo com o documento da DGS, a imobilização do doente ou a sua colocação em quarto de isolamento para maior vigilância clínica “devem ser as derradeiras opções depois de esgotadas outras medidas de controlo do comportamento agressivo e após medidas preventivas, como o recurso a técnicas de comunicação de interrupção da escalada da agressividade e de contenção ambiental.”
No que concerne ao internamento compulsivo, segundo a circular diz que deve ser feito de acordo com a Lei de Saúde Mental.
A DGS esclarece os profissionais de saúde que, “atendendo que o comportamento agressivo de um doente pode surgir também de forma inesperada, torna-se necessário adoptar medidas de contenção, tendo em vista a sua protecção e a do meio envolvente, podendo mesmo recorrer-se, com carácter imperioso, ao isolamento do doente e à sua imobilização no leito, para se proceder à administração da terapêutica conducente à melhoria do seu estado.”
A norma já gerou reacções no sector e, embora os enfermeiros sejam a classe mais visada com esta problemática, são os primeiros a contrapor que “não é pela força que se vai resolver o problema.”
José Azevedo, do Sindicato dos Enfermeiros desvalorizou a norma, sustentando que a aposta deveria passar pela prevenção: “Evitar-se-iam inúmeros problemas se se aumentar o número de profissionais. A solução passará também por um maior esclarecimento, ou seja, melhor informação clínica dada aos familiares”, advogou.
Vanessa Moreira, enfermeira no Hospital de Santo António, no Porto, em declarações ao «Farmácia e Medicamento», considerou que prender os doentes à cama “pode ser pior e espoletar outras questões éticas”, por isso, - e embora tenha admitido já ter sido alvo de agressões verbais – a enfermeira defendeu “um estudo pormenorizado, caso a caso, para, assim, chegar à melhor resposta e sem recorrer a outra violência.”
Raquel Pacheco
Fonte: DGS, SEP, CM, Hospital de Santo António
A medida pode ser aplicada nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS), noutras instituições de prestação de cuidados de saúde com internamento e/ou Serviço de Urgência e nas unidades pertencentes à Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados. Esta é, aliás, uma forma de controlo dos doentes agressivos que está prevista nas normas da circular da DGS, estando toda a informação disponível no site da instituição.
De acordo com o documento da DGS, a imobilização do doente ou a sua colocação em quarto de isolamento para maior vigilância clínica “devem ser as derradeiras opções depois de esgotadas outras medidas de controlo do comportamento agressivo e após medidas preventivas, como o recurso a técnicas de comunicação de interrupção da escalada da agressividade e de contenção ambiental.”
No que concerne ao internamento compulsivo, segundo a circular diz que deve ser feito de acordo com a Lei de Saúde Mental.
A DGS esclarece os profissionais de saúde que, “atendendo que o comportamento agressivo de um doente pode surgir também de forma inesperada, torna-se necessário adoptar medidas de contenção, tendo em vista a sua protecção e a do meio envolvente, podendo mesmo recorrer-se, com carácter imperioso, ao isolamento do doente e à sua imobilização no leito, para se proceder à administração da terapêutica conducente à melhoria do seu estado.”
A norma já gerou reacções no sector e, embora os enfermeiros sejam a classe mais visada com esta problemática, são os primeiros a contrapor que “não é pela força que se vai resolver o problema.”
José Azevedo, do Sindicato dos Enfermeiros desvalorizou a norma, sustentando que a aposta deveria passar pela prevenção: “Evitar-se-iam inúmeros problemas se se aumentar o número de profissionais. A solução passará também por um maior esclarecimento, ou seja, melhor informação clínica dada aos familiares”, advogou.
Vanessa Moreira, enfermeira no Hospital de Santo António, no Porto, em declarações ao «Farmácia e Medicamento», considerou que prender os doentes à cama “pode ser pior e espoletar outras questões éticas”, por isso, - e embora tenha admitido já ter sido alvo de agressões verbais – a enfermeira defendeu “um estudo pormenorizado, caso a caso, para, assim, chegar à melhor resposta e sem recorrer a outra violência.”
Raquel Pacheco
Fonte: DGS, SEP, CM, Hospital de Santo António
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