quarta-feira, 6 de junho de 2007

O ar de espaços fechados é mais perigoso para a saúde

Num estudo inédito, levado a cabo pelo Centro de Investigação de Tecnologias de Informação para uma Democracia Participativa (CITIDEP) através do programa “EuroLifeNet – Ambiente/Saúde/Cidadania: Educação para o Desenvolvimento Sustentável, estudantes de Portugal e Itália mediram a qualidade do ar a que estão expostos e concluíram que os ambientes interiores são mais perigosos para a saúde do que exteriores, mesmo tendo em conta a poluição dos automóveis.

O projecto, no qual participaram cerca de 665 alunos dos Ensinos Básico e Secundário, 51 professores, 11 investigadores e 5 peritos de Portugal e Itália, consistiu no primeiro estudo em larga escala sobre a exposição pessoal ao poluente atmosférico PM2.5 (as partículas mais pequenas suspensas no ar), que é um dos que tem maior impacto na saúde, nomeadamente no que se refere a doenças respiratórias.

O estudo revelou que, de modo geral, o ar interior é mais perigoso para a saúde do que o exterior, onde há circulação de ar, sobretudo quando há fumadores. Segundo as conclusões do estudo, um cigarro aceso no interior de uma casa atinge um nível de poluição muito mais concentrado do que em espaços abertos, uma vez que demora muito mais tempo a desaparecer. As cozinhas são outro espaço que alcançam níveis elevados de partículas 2.5, tornando-se assim indispensável arejar frequentemente os espaços fechados.

O Programa EuroLifeNet é uma parceria inovadora entre cientistas, técnicos, estudantes e professores que, recorrendo às tecnologias mais sofisticadas, permitiram medir a qualidade do ar (partículas) de forma muito mais completa do que a obtida apenas pelos processos tradicionais. Os pioneiros deste estudo foram três regiões de Portugal (Viana do Castelo, Açores e Lisboa-Vale do Tejo) e uma de Itália (Milão-Lombardia), pretendendo-se alargar o estudo a 15 cidades da União Europeia.

Os cientistas na União Europeia têm vindo a alertar para o agravamento drástico das doenças respiratórias, sobretudo entre jovens, e da sua relação directa com a poluição do ar. Medir em larga escala a exposição pessoal a poluentes pode revelar-se uma solução revolucionária.

Isabel Marques

Fontes: JN, EuroLifeNet e www.citidep.pt

Sem comentários: