A quebra traduz-se em danos para a farmacêutica francesa de mais de cinco mil milhões de euros de valor de mercado, em apenas uma sessão, o que representa quase o dobro da receita de três mil milhões de dólares (2,25 milhões de euros) que a Sanofi-Aventis previa obter anualmente nos EUA com a venda do Zimulti. Comercializado na Europa desde 2006 com o nome Acomplia, o medicamento não obteve aprovação da Administração Norte-Americana dos Alimentos e Fármacos (FDA na sigla inglesa), entidade responsável pela avaliação da entrada de fármacos no mercado norte-americano.
Um analista francês contactado pela agência Bloomberg salienta que se trata de uma grande contrariedade para a farmacêutica, que agora "precisa de uma nova fonte de crescimento".
Num comunicado a farmacêutica afirmou que irá “continuar a trabalhar de perto com a FDA para cumprir as recomendações do comité”.
A instabilidade em relação ao Acomplia aumenta a pressão sobre o laboratório para realizar aquisições de forma a aumentar o seu leque de fármacos. “A Sanofi-Aventis é a terceira maior empresa farmacêutica a nível mundial, mas com pouca manobra de crescimento. O Acomplia foi o produto mais importante”, afirmou o analista Paul Diggle. Em consequência destes factos, voltaram a surgir rumores acerca de uma possível aliança entre a Sanofi-Aventis e a Bristol-Myers Squibb. No entanto, Jean-Marc Podvin, porta-voz da Sanofi-Aventis, escusou-se a comentar os planos de aquisição da empresa.
Depois de ter comprado a Aventis, em 2004, a Sanofi chamou a atenção do mercado, deixando no ar a expectativa de poder voltar a fazer aquisições de outras farmacêuticas num futuro próximo para ganhar dimensão e contornar problemas como o da não aprovação de medicamentos em mercados-chave como o norte-americano.
Desde a compra da Aventis, as acções da Sanofi-Aventis acumulam uma valorização de 8,8 por cento, o terceiro pior desempenho numa lista de 16 títulos considerados pelo índice de empresas farmacêuticas europeias da Bloomberg, que regista desde 2004 uma valorização de 17 por cento.
Marta Bilro
Fonte: Jornal de Negócios, Forbes, PR Inside.
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