Investigadores de todo o mundo estão envolvidos nesta descoberta, que faz parte do projecto Encode («Encyclopedia of DNA Elements»). Só através da reunião de informação de 80 organizações de todo o mundo (28 estudos no total) foi possível observar «uma extensão tão considerável do genoma», explica Roderic Guigó, membro do Centro de Regulação Genética (CRG), e um dos responsáveis pelo trabalho.
O objectivo do estudo foi elaborar um mapa de localização dos genes e da sua constituição, uma vez que eles podem ter inúmeras formas. «Um mesmo gene pode dar origem a proteínas distintas, dependendo de como sejam combinadas as diferentes regiões", detalhou o cientista em declarações à agência espanhola Efe.
O passo seguinte é «localizar as regiões funcionais do genoma humano, as partes com influência na determinação das características biológicas dos seres vivos (altura, cor de olhos, cabelo sexo por exemplo)».
O trabalho não é totalmente revelador uma vez que os investigadores «não sabem muito bem quais as regiões do genoma que realmente codificam estas instruções, mas já é possível pelo menos analisar em detalhe 1% do genoma humano», acrescenta Guigó.
Por outro lado, os resultados foram muito satisfatórios porque revelaram que muitas regiões do genoma são activas, ainda que desconheçam a sua função. Assim está colocada de parte a teoria de que grande parte do ADN era «inútil», sem qualquer função.
«Agora sabemos que a maior parte do genoma é transcrito em RNA, que é a primeira função do ADN», comentou o cientista.
Durante o trabalho foi ainda possível verificar que os genes estão interligados. Até agora, os cientistas acreditavam que as fronteiras entre eles eram bem definidas e delimitadas. Com esta informação, os cientitas compreendem porque é difícil distinguir uns genes de outros. Eles sobrepõem-se e podem mesmo formar conjuntos.
O estudo vai ser publicado na revista Nature.
Sara Pelicano
Fontes: UOL, BBC, EFE
1 comentário:
Mais um artigo de grande qualidade científica.
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