quinta-feira, 14 de junho de 2007

Cientistas descodificam 1% do genoma humano

No estudo foram seleccionadas 44 regiões distintas (partes dos cromossomas) do genoma humano o que corresponde a 1% de toda a sequência. Esta é maior descoberta desde 2003, quando foi decifrado o código genético humano.

Investigadores de todo o mundo estão envolvidos nesta descoberta, que faz parte do projecto Encode («Encyclopedia of DNA Elements»). Só através da reunião de informação de 80 organizações de todo o mundo (28 estudos no total) foi possível observar «uma extensão tão considerável do genoma», explica Roderic Guigó, membro do Centro de Regulação Genética (CRG), e um dos responsáveis pelo trabalho.

O objectivo do estudo foi elaborar um mapa de localização dos genes e da sua constituição, uma vez que eles podem ter inúmeras formas. «Um mesmo gene pode dar origem a proteínas distintas, dependendo de como sejam combinadas as diferentes regiões", detalhou o cientista em declarações à agência espanhola Efe.
O passo seguinte é «localizar as regiões funcionais do genoma humano, as partes com influência na determinação das características biológicas dos seres vivos (altura, cor de olhos, cabelo sexo por exemplo)».

O trabalho não é totalmente revelador uma vez que os investigadores «não sabem muito bem quais as regiões do genoma que realmente codificam estas instruções, mas já é possível pelo menos analisar em detalhe 1% do genoma humano», acrescenta Guigó.

Por outro lado, os resultados foram muito satisfatórios porque revelaram que muitas regiões do genoma são activas, ainda que desconheçam a sua função. Assim está colocada de parte a teoria de que grande parte do ADN era «inútil», sem qualquer função.

«Agora sabemos que a maior parte do genoma é transcrito em RNA, que é a primeira função do ADN», comentou o cientista.

Durante o trabalho foi ainda possível verificar que os genes estão interligados. Até agora, os cientistas acreditavam que as fronteiras entre eles eram bem definidas e delimitadas. Com esta informação, os cientitas compreendem porque é difícil distinguir uns genes de outros. Eles sobrepõem-se e podem mesmo formar conjuntos.

O estudo vai ser publicado na revista Nature.

Sara Pelicano

Fontes: UOL, BBC, EFE

1 comentário:

ptcp disse...

Mais um artigo de grande qualidade científica.