quinta-feira, 14 de junho de 2007

Roche reafirma estratégia de aquisições para 2007

O director executivo da farmacêutica suíça Roche, Franz Humer, confirmou as previsões do laboratório para 2007 e o interesse em proceder a determinadas aquisições para complementar o portfolio da empresa. Porém, garante que não estão interessados em mega-fusões ou mega-aquisições. “Não temos nem vamos ter uma presença no mercado dos genéricos”, asseverou.

Numa conferência de imprensa em Paris, o responsável salientou o “excelente” arranque de 2007 e afirmou que a estratégia da empresa é “gerar frutos”. As vendas da Roche aumentaram 16 por cento no primeiro trimestre deste ano e Humer mostrou-se confiante de que os lucros obtidos por acção vão crescer mais rapidamente do que o volume de vendas.

A empresa farmacêutica deverá continuar a apostar no desenvolvimento de fármacos patenteados e revelou que irá pedir à entidade europeia e norte-americana de controlo de medicamentos para que, no final do ano, reveja a autorização do Actemra, um medicamento em fase de experimentação destinado ao tratamento da artrite reumatóide. Isto porque, segundo afirmou Humer, a Roche espera introduzir o medicamento no mercado no final de 2008 ou início de 2009.

Para além disso, o mesmo responsável adiantou ainda que o laboratório suíço não tem quaisquer intenções de alterar os 56 por cento que detém na Genetech Inc., a empresa de biotecnologia sedeada na Califórnia que foi responsável pela criação do Avastin e do Herceptin. “Estamos muito satisfeitos com a forma como a nossa relação com a Genetech se tem desenvolvido e não temos intenção de alterá-la”, afirmou.

Segundo Humer, a empresa não põe de parte a possibilidade de estabelecer alianças idênticas à que já tem com a Genetech. “Se surgir a oportunidade de criar uma estrutura similar o grupo irá certamente fazê-lo”, revelou. O director-executivo reafirmou também o interesse numa aliança com a Transgene, uma empresa francesa de biotecnologia. Os dois grupos estão a cooperar no desenvolvimento de vacinas contra o vírus do papiloma humano, relacionado ao desenvolvimento de lesões pré-cancerígenas.

Deixando as preocupações de lado, Humer referiu que os dados apresentados este ano na reunião da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (ASCO, na sigla inglesa), onde foram anunciados os avanços de medicamentos rivais, não oferecem qualquer ameaça ao seu lugar de topo no mercado oncológico.

“Pelo que vi na ASCO não estou preocupado com a concorrência”, afirmou, acrescentando que “os obstáculos que se colocam aos novos investidores são muito maiores do que os que tivemos que enfrentar quando entrámos no mercado”, já que eles precisam mostrar que os benefícios dos seus produtos vão além dos da Roche e da Genetech.

Marta Bilro

Fonte: First World, Bloomberg, Forbes.

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