quinta-feira, 14 de junho de 2007

GSK doa 50 milhões de vacinas contra o H5N1

A farmacêutica britânica GlaxoSmithKline (GSK) anunciou a doação de 50 milhões de doses da sua vacina contra a gripe das aves à Organização Mundial de Saúde (OMS), quantidade suficiente para vacinar 25 milhões de pessoas em países sub-desenvolvidos. A Baxter International resolveu seguir o exemplo e prometeu igualmente a doação de vacinas. De acordo com a OMS é possível que a Sanofi-Aventis e a húngara Omnivest façam o mesmo.


A entrega será feita pela GlaxoSmithKline ao longo de três anos e os fármacos serão armazenados pela OMS para serem distribuídos no caso de ocorrer uma pandemia causada pelo vírus H5N1. Estudos clínicos já comprovaram a eficácia da vacina desenvolvida pela GlaxoSmithKline na prevenção e resistência a vários tipos de estirpes do vírus H5N1. Embora não possa ser prevista a próxima estirpe a causar uma pandemia de gripe, o H5N1, frequente nas populações aviarias da Ásia e Europa, é um forte candidato.

A vacina desenvolvida pela GlaxoSmithKline, que contém um agente utilizado nos medicamentos para ampliar o seu efeito, tem como alvo o vírus H5N1 que já matou cerca de 190 pessoas entre 300 casos detectados desde 2003.

O laboratório britânico está também em negociações com vários governos de forma a tornar a compra da vacina acessível ao público. No entanto, o director executivo da empresa, Jean Pierre Garnier, afirmou que há vários países europeus que ainda não tomaram uma decisão final acerca dos planos de preparação. “Seria preferível se estes países tornassem públicas as suas decisões sobre o armazenamento de stocks”, disse o mesmo responsável, salientando que a OMS está a recomendar aos governos que armazenem vacinas pré-pandémicas.

Por sua vez a Baxter emitiu um comunicado onde anunciou que “pretende apoiar este programa através da OMS fornecendo uma doação durante vários anos da sua vacina da gripe”. A empresa acredita que as doações “vão ajudar a aumentar o acesso às vacinas essenciais nos países mais pobres em caso de ocorrência de uma pandemia. Assegurar que as vacinas para o H5N1 são disponibilizadas de forma rápida e ampla em caso de pandemia é uma das formas que a OMS tem de coordenar um plano de acção global”, acrescenta o mesmo documento.

O laboratório francês Sanofi-Aventis já avançou que também está preparado para fornecer à OMS um número significante de doses. “Uma grande parte deste fornecimento poderá ser disponibilizado imediatamente”, afirmou a empresa.

Apesar de não poder ser transmitido entre seres humanos, os especialistas temem que se o vírus sofrer uma mutação possa espalhar-se repentinamente por todo o globo. Uma vez que a estirpe seria nova, o sistema imunitário da maioria das pessoas não estaria preparado, o que daria origem a um elevado número de mortes.

Outra das acções que a OMS está a tentar levar a cabo prende-se com o desenvolvimento de linhas de acção de saúde pública, tais como quarentenas, de forma a acabar com as pandemias.

“Este é mais um passo importante em direcção à criação de um recurso global para ajudar o mundo e especialmente para ajudar os países em vias de desenvolvimento no caso de ocorrer um grande surto de gripe aviária”, sublinhou a directora-geral da OMS; Margaret Chan.

Marta Bilro

Fonte: Forbes, Reuters, Market Watch, Chicago Tribune.


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